MÉDICOS DO HOSPITAL SANTO AMARO SÃO VÍTIMAS DE ASSÉDIO, DIZ SINDICATO 
SEGUNDO O ÓRGÃO DE CLASSE, ESTRATÉGIA DA MANTENEDORA É DESMANTELAR EQUIPES.
 
.

Cerca de 100 médicos que formam o corpo clínico do Hospital Santo Amaro (HSA), em Guarujá, vêm sofrendo interferência e assédio profissional, que podem comprometer a atividade profissional. A informação, em tom de denúncia, é do presidente do Sindicato dos Médicos (Sindimed), Álvaro Norberto Valentim da Silva. Ele garante que, desde o ano passado, vem cobrando providências da direção da unidade hospitalar.

Segundo ofício encaminhado ao diretor presidente do HSA, Urbano Bahamonde Manso, em julho último, de modo deliberado e intencional, a Sociedade Santamarense de Beneficência do Guarujá (entidade mantenedora do hospital) tem como estratégia o desmantelamento das equipes de médicos, especialmente as organizadas em serviços.

Ele explica que isso vem ocorrendo na forma de falta de atualização e atrasos de pagamentos dos profissionais, impondo-lhes dificuldades financeiras para que, com a fragilização econômica, sejam obrigados a aderirem a uma empresa terceirizada, responsável por intermediar os serviços.

“A empresa intermediadora tem contratado profissionais que têm empresa com equipes constituídas para fugir do vínculo e dos encargos trabalhistas. Isso causa prejuízo aos médicos e à população, pois equipes inteiras podem ser desmanteladas da noite para o dia, atrapalhando procedimentos e tratamentos”, afirma Álvaro Valentim.

O sindicalista acredita que a intermediação nada mais é do que a precarização da atividade médica, causando até a quarteirização — empresas contratando outras para serviços que não fazem. “Em contrapartida, não se vê melhoria alguma no atendimento do HSA, nem no clínico, nem com relação a sua estrutura física. Não se vê qualquer mudança no padrão de atendimento”, revela.

Álvaro Valentim também acredita que o sistema atrapalha na administração do HSA, pois “não existe hierarquia. O médico se reporta à empresa e não ao colega responsável pelo setor. Isso acarreta menos cobrança e desleixo, além de conflitos de procedimentos e de materiais”, explica o médico, alertando que irá recorrer ao Ministério Público (MP), pois a entidade não responde aos seus ofícios.

Bahamonde aconselha procurar outro hospital

Ao saber das declarações, Urbano Bahamonde Manso repudiou as afirmações do presidente do Sindicato dos Médicos. Ele garante que nunca adotou qualquer medida que redundasse em interferência ou assédio profissional e revela que as divergências são normais quando o assunto é dinheiro. “O HSA não abre mão de proteger seus interesses e continuará invadindo a zona de conforto daqueles que, durante anos, não dividiram com o hospital o lucro obtido na atividade”, revela em nota.

Bahamonde alerta que os médicos do HSA sabem que trabalham num hospital filantrópico, que recebe parcas verbas públicas para atender a população. “Essas verbas nem sempre chegam nos prazos estipulados, o que causa transtorno não só aos médicos mas a todos os trabalhadores. Aqueles que não entendem ou não querem entender deveriam procurar saber mais sobre nossas difíceis relações institucionais ou procurar outro hospital para trabalhar”.

Fonte: Carlos Ratton – Diário do Litoral

comentários
  1. carol disse:

    Isso tudo é para que os médico que são contratados pelo HSA saiam e eles contratem tercerizados mais barato.
    DINHEIRO a direção tem… pergunta qto os gerente de cada setor recebe… tem gente recebendo até 15 mil.
    São 3 ou 4 enfermeiras por andar… antigamente ficava 1 e dava conta.
    Pra mim tudo isso faz parte de uma má administração!!! Se chamassem o antigo administrador Machado tudo isso iria muda!!!

Deixe um comentário